Tuesday, March 8, 2011

Como Fiquei Rica

                Me parece que ao longo da minha vida sempre tive sorte, ou seja, uns anjos a me guiar. Me chegava tudo que precisava, de comida e roupa a oportunidades de estudo e viajem. E apesar de todas as acçoes minhas que potentialmente acabariam com consequencias inescapaveis, nem dano nem dores me devoraram. Fui protegida, e por isso sou eternamente agredecida. Minha fortuna, contudo, nao acaba com sorte.
Durante do meu terceiro ano a viver em Namapa, chegou um professor, um novo colega meu, diferente de todos os outros. De facto era diferente de qualquer pessoa que uma vez tinha conhecido, mas levou-me tempo reconhecer isso. O Miller parecia activo, interessado, e bem sério com seus alunos. Entendi que gostava de mim quando me cumprementou um dia no começo do ano escolar enquanto nos passavamos fora da biblioteca pública, onde ele tinha acabado de dar explicações filosóficos. E depois de mais uns encontros accidentais, trocamos números telefónicos. Me surprendeu com a frequência das suas mensagens, e com o conteúdo académico. (Mais tarde, meu amor me informou que tentava me impresionar com sua inteligência.) Havia muito tempo desde tinha brincado com palavras e ideias, e pensei nossas conversas divertidas, embora que precisava de sentar com o dicionário para responder a ele. E pouco a pouco, começei a conhecer o homem que me trazeria tanta riqueza.
Adiantei duvidosamente com nossas interacçoes, como já entendia que era preciso cuidado a formar relações. Quando saí de viajem um fim de semana para visitar umas amigas em Angoche, estava a considerar acabando tudo que quasi começamos a regresso, antes que surgissem problemas. Durante da minha visita, contudo, percebi que a acabar meus passos com Miller, acabaria o que mais queria: amor e dedicação. O Miller me deixou sem como, me ligando até três vezes por dia a dizer que estava a faze-lo falta e a me desejar juízo. Cada vez mais aguardava suas chamadas e a hora que seriamos juntos.
A encontrar com Miller a regresso, sabia que queria ficar na sua presença. Era para mim não somente paixão, mas também dedicação e uma conversa para vivermos juntos. Nesta noite, dia oito de Março de 2011, comprometi-me a um começo com meu querido. Tornei-me dele, e ele tornou-se meu. Não consigo expresar a felicidade que sinto por ter começado com Miller. Ele, e o amor entre nós, é uma riqueza que nunca imaginava.

Tuesday, January 18, 2011

Os Ritmos do Mundo

Desde cheguei em Evanston há um mês, queria nada mais que unir meus “dois mundos.” Não era o propósito disso tudo, da minha viagêm e o tempo que passei em Namapa, para unir duas communidades muito longes uma de outra? Para fazer possível que dois povos dos mundos diferentes conhecessem-os? Unir meu mundo em Evanston com uma terra tão longe, portanto, não está vindo fácil. Pessoas daqui não conseguem imaginar como é vida em Moçambique, e pessoas de lá não conseguem visualizar as estradas de Chicago ou o que acontece nelas. Os “dois mundos” parecem muito removados um do outro.

Fiquei três anos em Namapa, e embora que nunca serei macua, pensei dela como minha casa. Percebi, afinal, que não precisava de ser macua para fazer minha casa lá. Somente precisava de ser humana. As pessoas com quêm vivia agirem como minha família e senti conectada da vida onde estava. Vinha de um mundo e fiz parte dum segundo. E a final das contas, os dois mundos eram mais parecidos que diferentes.
Sentía saudades, claro, de estar onde não era estranha; onde muitos parecíam como eu e muitos tinham crescido como eu. Tinha saudades da minha família, minhas amigas, e a vida que tinha començado. E minha família tinha saudades de mim.
Agora que estou em Evanston sinto saudades grandes da minha segunda família em Nampula e Namapa, duma vida que parece mais natural, de conversa fácil com todos, de xima, de batuques, e de dança rítmica. Mais que tudo sinto saudades do meu amor.  
Talvez é isso ter conexões em duas partes do mundo: sempre ter saudades. Eu quero tudo; quero estar em dois sítios a uma vez. Por isso gosto de acreditar numa união suprema. Penso que somos todos conectados pelo mesma força e pelo mesmo ritmo que une o único mundo. Deus deve ser a força de conexão entre tudo e todos. Quanto removados parece um sítio dum outro, ou uma pessoa duma outra, percebo que ficam no mesmo mundo. Conhecimento conquista distância. E por saber isso, em qualquer sítio que estiver, conseguirei escutar aos mesmos ritmos do mundo que escuta meu amor em Moçambique. Serei uma e serei tudo. Terei tudo porque tudo é um.

Thursday, January 6, 2011

De Onde Sou?

De onde sou eu? Parece uma pergunta simplês, mas resisto responder demasiado rapidamente. Posso contar o narativo de todos os sítios que uma vez fiquei, ou posso simplesmente declarar a cidade onde nasci como minha casa, mas nenhuma destas opçoẽs seriam correctas. Na verdade, não foram só os locais em quais frequentava que me fomavam, mas também as pessoas com quêm passei tempo, as aulas que assisti, os livros que li, a música que escutei, e talvez uma força interna (ou externa) especial a mim. Minha origem é nos meus antepassados, mas minha formação era com o grupo de rock Incubus, a autora Karen Hesse, incontáveis filmes, as opinões das amigas na escola primária, e até observações roubadas das pessoas chiques na estrada. Sou de Daniel e Jenny e “Goodnight moon,” de montanhas, árvores e ondas, de Cherrios e maças, de música e poesía, de Rob, Beth, Becky, Jessica, Tina, Katie, Kimmy, Scarlett, Emily, e Miller. Todávia, a resposta que parece-me mais certa é que sou do mundo. Sou do universo. E o mundo é minha casa.
Do que, então, refere “em casa?” Refere-se de onde vimos, de onde estamos, ou de onde vamos? Vivendo num país longe do meu próprio, perguntei-me muito das várias significados de casa. A princípio, tudo em Moçambique, simplês ou complexo, me parecia estranho e difícil, mas com amizades e psuedo-famílias e uma função na comunidade (um emprego), chegei de considerar Namapa e Nampula como casa. Nunca serei uma moçambicana, mas finalmente percebi que não é preciso ser moçambicana para ser em casa. No seu canção “You’re My Home,” Billy Joel canta que sua casa não é composto de nenhum lugar, mas do seu amor. É bonito, não é? Quando digo que vou a casa, quero dizer que vou a Miller. Qualquer sítio onde está meu amor é minha casa.